quinta-feira, 8 de julho de 2010

15ª Parte - O Diário De Jane.

A garota começou a andar pelos corredores observando tudo. As paredes eram brancas, as portas eram de uma madeira clara e os números eram em prata. Realmente trabalhar ali era um sonho, o qual a mesma teria de lutar muito pra conseguir. Ela andava devagar olhando cada quarto e cada pessoa que nele estava. Até que ouviu um sussurro. Sem muito assombro ela se virou e viu uma porta meio aberta. O número era sessenta e cinco, o mesmo número do quarto de Benjamin. Jane franziu a testa e se virou por completo indo até a porta do mesmo. Colocou a mão na maçaneta empurrando devagar e subindo os olhos por todo o quarto. Foi ai que Jane fitou a cama e viu um homem de aparentemente cinqüenta anos, magro e careca. Ele a olhava estático e parecia querer chorar. A moça respirou fundo e se aproximou balbuciando algumas palavras:

- O... senhor precisa de ajuda? – Ele levantou a mão esquerda onde havia uma tatuagem em seu dedo médio. Jane não sabia o que significava, mas lhe lembrava um selo. Era pequeno, no entanto a moça sabia muito bem ver os detalhes. Ela colocou a mão por baixo da dele e sorriu bondosa perguntando:

- Quer que eu chame um enfermeiro? – O homem suspirou fundo e olhou bem nos olhos dela sussurrando:

- Coloque-o lá. – Apesar do estado dele suas palavras foram firmes e claras. Jane desviou o olhar, meio atordoada. Talvez ele estivesse delirando. Porém, muitas coisas nesse dia vinham perturbando a moça em seu interior.

- Colocar... o que? – O homem fitou os olhos na porta e segurou firme a mão da mesma sussurrando novamente:

- Apenas coloque-o nele. – A garota olhou na mão pálida e fria do paciente e finalmente pode ver perfeitamente sua tatuagem. Ela já tinha visto aquele símbolo em algum lugar... só não sabia onde. Neste instante, foi como se um flash de uma câmera fotográfica escurecesse os olhos da moça. E como em um filme, uma cena passou por sua mente: ela sentiu muito frio e se viu do lado de fora do casarão. Era noite, as árvores estavam estáticas, mas ela sentia o vento. Viu a janela do andar de cima aberta e as cortinas balançavam lentamente. Ela não ouvia som algum. Apenas sua própria respiração. Seus olhos estavam imóveis rumo a janela. Era como se o tempo tivesse parado. De repente, Jane ouviu um barulho que suou mais alto que o normal por causa do silêncio agudo. E ele vinha da janela.

Não podendo ser mais rápida, deu um passo lento, apertando os olhos para ver o que havia na janela. Foi então, que uma mão feminina e branca segurou firme no para-peito, suja de sangue. O coração da moça disparou e ela recuou. Ela não viu quem era e a mão teve de soltar com brutalidade, pois alguma coisa a puxou ferozmente. Jane colocou as mãos no rosto e apertou os olhos voltando à realidade em um segundo.

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