– A moça sabia perfeitamente disso. O real motivo de seu desespero não era aquele. Mas agora, ela prestava atenção nas mãos quentes do rapaz que envolviam as suas, frias. Ele olhava nos olhos dela e dessa vez Jane continuou encarando-o. Se sentiu melhor, pois sabia que agora tinha com quem contar. Mesmo que não tivesse contado na verdade, estava bem agora. A luz branca e clara do hospital deixava a pele de Benjamin mais pálida ainda. Agora foi ela quem desceu os olhos pelo rosto másculo do rapaz até seus lábios:
- Que mãos geladas... – Ele disse em um sussurro. Ela deu um leve sorriso sem graça e quando foi falar, fora interrompida:
- Por que você não me fala a verdade? - Disse no mesmo tom, com a expressão séria. A garota ficou incomoda com a pergunta do rapaz, mas mesmo assim respondeu procurando as palavras certas:
- Verdade? Que... verdade? Eu já te disse o que houve. – Então, ela olhou para baixo e depois voltou o olhar para as mãos deles.
Jane havia dito a verdade. Mas não a verdade completa. O estranho era como ele sabia que havia mais. Talvez fosse o desespero dela quando o encontrou no corredor ou o seu estado ali no refeitório. Fosse o que fosse, a moça tinha certeza que ele tinha ficado convencido com a história do paciente. Mas na verdade ele queria mais, mesmo que ela omitisse.
- Jane... – As mãos dele ainda envolviam as dela. Quando ele sussurrou seu nome, apertou as mãos dela, com um pouco de força.
- Aconteceu alguma coisa que não quer me contar? – Ben curvou um pouco o corpo, tentando olhar no rosto da garota que estava cabisbaixa. A moça apertou os lábios rosados, e fitou os olhos nele: