Ofegante, ela retirou as mãos devagar e estava com o semblante desesperado. Afastou-se da cama começando a chorar. O paciente que a olhava curioso perguntou:
- O que foi moça? – saindo com pressa do quarto ela disse:
- Nada... eu só... tenho que ir. – Desnorteada ela seguiu pelo corredor tentando entender o que acabara de acontecer. Estava com medo. Agora estava sonhando acordada? Ela tinha tido uma visão? O que era aquilo!? Seu maior medo era ficar louca. Mas não estava louca antes de chegar em Nova Iorque. Afundada em seus pensamentos e limpando as lagrimas, ela virou o corredor e esbarrou com Ben, que vinha apressado:
- Jane! – Ele estava todo de branco, com luvas descartáveis e as pontas de seus dedos estavam sujas de sangue. Pouco sangue, mas foi o suficiente para que a garota lembrasse da macabra cena.
- Eu, eu... – Ela segurou nos ombros dele, empurrando-o de leve e seguiu em frente sem olhar para trás. Benjamin levantou a sobrancelha direita, enquanto a olhava ir. Tirou as luvas rapidamente jogando-as no lixo.
A garoa fina tinha parado, mas o frio continuava o mesmo. O tempo estava muito fechado e o hospital teve que acender algumas luzes para iluminar, mesmo de dia. Jane batia a colherinha de plástico branco na mesa, cuja que usou para misturar o açúcar no suco de laranja. Estava sentada na última mesa do grande refeitório. Alguns enfermeiros conversavam e riam e estavam sentados em uma mesa logo à frente. A jovem ficou cabisbaixa, passou os dedos entre os cabelos:
- Jane? – Levantou o olhar, dizendo com voz cansada:
- Oi. – Ele puxou a cadeira e sentou na frente dela:
- O que houve? – Finalmente a garota olhou nos olhos dele. Estava com os olhos avermelhados pelo choro. Benjamin sentiu pena dela. Não sabia porque, mas sentia. Ela empurrou o copo, cruzando os dedos:
- O que era aquele sangue?
- Era de uma menina, ela cortou a mão. Estava dando pontos... Ficou com medo daquilo?
- Não. – Nenhuma palavra poderia descrever o que ela tinha visto em sua mente. Em sua mente? Esse era o problema; Um problema só dela e que ninguém acreditaria totalmente.
- Fiquei mal... por causa de um paciente que vi.
- Ah... de que quarto?
- Sessenta e cinco.
- O Robson. Ele tem câncer. Mas sabe, já resistiu a três quimioterapias, vai se salvar. – Ela abriu um leve sorriso:
- Que ótima notícia. – O jovem envolveu as mãos dele nas dela e sorriu também, amigável:
Nenhum comentário:
Postar um comentário