terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu andei devagar pelas ruas geladas. Não estava com nem um pouco de pressa de voltar pra casa... observava as luzes penduradas nas árvores, as casas caprichosamente decoradas. Eu até podia sentir o cheiro do peru de alguém. Mas alguns passos e lá estava eu a dois metros da biblioteca. Parei então, perto da escada... ouvi alguns risos, dirigi meus olhos para lado e encarei um casal sem vergonha que se agarrava descarada mente. Revirei os olhos e comecei a subir as escadas e ouvi então:

__ Tome cuidado, mocinha... __ Meu coração disparou e eu encarei os dois namorados assustada. Eles olhavam pra mim estranhamente e tive a impressão certa de que estavam com os olhos vermelhos! dei um grito e subi correndo as escadas escorreguei no gelo quase caindo, mas consegui entrar viva na biblioteca. A moça que arrumava alguns livros me olhou espantada e disfarçou perguntando-me:

__ Vai... pegar algum livro? __ Eu dei aquele conhecido sorrisinho e balbuciei ofegante:

__ E... eu vou olhar, ai eu... te falo se achei ou não, ok? __ Ela balançou a cabeça positiva me olhando assustada então eu andei mancando olhando os livros. Mas o que era aquilo? eu só podia estar louca. Ainda com o semblante apavorado eu me sentia como se alguém me observasse... mas aquele lugar estava totalmente vazio. Entrei em um corredor comprido com prateleiras de livros dos dois lados, me abracei por causa do frio e olhei envolta. Um vento sombrio soprou forte no meu rumo e bagunçou meus cabelos negros deixando-os caido nos olhos. Antes que pudesse pensar em alguma coisa senti uma mão subir por meu ombro. Não tive outra reação:

__ Ah!!! droga! __ Me virei rapidamente para olhar quem era... mas não havia ninguém ali. Eu respirei fundo e ouvi quando a bibliotecária gritou da mesa:

__ Está tudo bem ai?! __ Eu coloquei a mão no peito e respondi:

__ Sim, sim eu vi um... um... corvo, foi isso, só isso. ___ A moça levantou uma das sobrancelhas e se sentou novamente. Estava decidida eu ia embora. Se fosse para ficar tendo aquela impressão ruim... preferia minha noite de tédio em casa. Coloquei a mão nos bolsos e segui até a porta... mas antes que pudesse dar o primeiro passo ouvi uma voz feminina dizendo:

___ Angely... vai tão cedo? ___ Arregalei meus olhos e minhas mão suaram, me virei devagar e olhei quase dando um ataque. Não acreditei no que vi. Se aquela prateleira não estivesse ali, teria caido. Era ela... em carne e osso. A mulher da propaganda. Com o rosto magnífico, o vestido o sorriso. Eu só podia estar ficando doida.

Bem, escrevi um tanto rápido essa parte porque tenho que sair. Espero que goste, beijos. Um ótimo ano novo!