segunda-feira, 15 de março de 2010

6ª Parte - O Diário de Jane.

Jane não podia negar, sentia-se em casa. Logo, desceu para o tão esperado jantar. Ela foi observando o corredor e a linda escada que levava até os quartos. Já batiam às oito horas da noite e uma chuva fininha insistia em cair ao fundo. Podia se ouvir alguns relâmpagos. Entrou tímida na sala de jantar onde estavam todos reunidos, jantando e conversando alegres. Mike, como sempre, não perdeu a chance de desacanhá-la:
- Jane! Guardei um lugar pra você, do lado do Ben! – O garoto a puxou amigavelmente mostrando o lugar. Jane colocou uma madeixa dos cabelos negros atrás da delicada orelha e se sentou com um sorriso nos lábios:
- Obrigada mesmo Mike! – Satisfeito o pequeno voltou a seu lugar enquanto Johnny e Chyoko agradavam o menino com elogios. A moça, segurou os talheres de prata, olhando por toda a sala de jantar que também não era pequena. A mesa em que eles estavam tinhas quatorze cadeiras e tudo era de madeira pura. Ela voltou a olhar para eles, encarando agora Benjamin. Ele estava comendo calmante e sorriu de lábios fechados para ela, quando viu que o encarava. Jane retribuiu o sorriso sem jeito, olhando para Chyoco:
- Minha bela, experimente minha macarronada! – A senhora japonesa empurrava levemente uma tigela média de porcelana com um macarrão dentro, que parecia estar delicioso. A jovem pegou um pouco colocando dentro do prato. Comeu o macarrão, limpando a boca em seguida:
- Está delicioso senhora Chyoko! – A senhora sorriu alegre por ter visto que Jane aprovou sua comida.
- A senhora é japonesa, mas tem dons italianos na cozinha! – Chyoko riu-se juntamente com os outros que concordaram a observação dela. A garota deu mais uma garfada na boca e quando terminara de engolir dirigiu o olhar para Johnny, dizendo:
- Estive observando, esse lugar é magnífico Johnny. Nunca vou me cansar de dizer isso! Acho que em toda minha vida nunca vi uma mansão tão bela. Faz muito tempo que mora aqui? – O senhor limpou os lábios com um guardanapo médio branco sorrindo de leve:
- Oh, muito obrigada, Jane. Sim esse lugar é divino, foi por isso que me apaixonei por ele a uns dez anos atrás. Meu pai costumava dizer que ia entrar numa fria se comprasse uma propriedade tão longe dos arredores da Times Square... E no fundo ele tinha razão. – Johnny abaixou o olhar ficando meio triste. A garota franziu a testa apertando os lábios pensando que tinha o feito pensar em algo que não queria.
- Me desculpe Johnny... Não foi minha intenção deixá-lo triste!
- Não minha querida, estou bem! Posso dizer que esse lugar acalma minha alma. Tenho dois apartamentos de aluguel em Manhattan e eles me ajudam nas despesas. – Riu-se, mexendo com o garfo na comida, continuando a falar - Que não são muitas, pois aqui nunca foi um lugar cheio de hóspedes. – Disse Johnny, levando o copo de suco à boca.
- É verdade! A única época que houve muitos hóspedes aqui foi no verão passado! E foi quando Benjamin chegou aqui! – Exclamou Mike, que limpava a boca rapidamente. Ben sorriu levemente olhando Mike:
- É e estou aqui até hoje. Posso dizer que também me apaixonei por esse lugar. – Ele dirigiu o olhar para Jane, sorrindo sereno. Johnny então sorriu também, olhando-os e concluindo seu pensamento:
- Então minha única preocupação é que um dia tenha que vender. – Nessa hora, Jane conseguiu sentir-se como ele. Só fazia algumas horas que tinha chegado ali e ao cogitar o pensamento de ir embora, se sentia mal.
- O difícil mesmo vai ser achar um comprador. – Falou Chyoko, segurando o copo quase vazio.
- Creio que vocês ainda vão ter muitos anos aqui! – Exclamou a garota, tentando afastar os pensamentos ruins. Nick latiu como se concordasse com a mesma. Todos riram enquanto Mike acariciava a cabeça do cachorrinho.
O silêncio pairou no salão de jantar. Todos apreciavam a comida, mas Jane não pode ficar apenas nisso. Disfarçadamente ela olhava o misterioso Benjamin. Parecia ser tímido, mas quando falava, inspirava confiança. A moça pegou o copo de suco de laranja que estava à sua frente levando-o a boca. Enquanto tomava um gole dirigiu novamente o olhar, agora bem nos olhos dele. Um relâmpago iluminou tudo e logo em seguida cortou o silêncio violentamente. Jane que ainda o olhava teve a nítida impressão de ver os olhos de Benjamin, rubros como sangue. Tudo isso aconteceu consecutivamente, quase ao mesmo tempo, dando-a a reação de um susto inevitável.

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