segunda-feira, 1 de março de 2010

5ª Parte - O Diário De Jane.

Foi então, que ela finalmente pode ver seu semblante, que a encantou. Seus olhos aparentemente eram escuros, mas com muita luz, poderiam ficar claros... Suas sobrancelhas eram meio arqueadas, o que dava uma impressão de que fosse uma pessoa má, seus lábios eram finos e se moviam lentamente...:

- Moça? – Disse ele em um tom de dúvida:

- Ah, me desculpe! Eu... estava... me desculpe!

- Não, tudo bem. – Ele se levantou, com um leve sorriso nos lábios. Devia ter mais de um metro e oitenta e sua voz... era encantadora. Aproximou-se devagar dela, estendendo a mão:

- Olá, meu nome é Benjamin. – Ela segurou a mão dele:

- E... o meu é Jane. – Sorria um pouco envergonhada, mais sempre meiga. Ele soltou a mão dela, colocando-as no bolso:

- Então Jane... desculpe não tê-la percebido antes, é que quando toco esqueço de tudo a minha volta. É um vicio. – Riu baixo deixando Jane mais a vontade.

- Tudo bem! Eu que sou meio aérea e fico olhando nos outros sem dizer nada... – Riu-se também, apertou a alça de uma das bolsas um pouco nervosa, ainda.

- Está se hospedando aqui?

- Sim! Vou estudar aqui em Nova Iorque.

- Que legal... – Andou até o piano, encostando-se a ele. – Dificilmente alguém se hospeda aqui, é bom ter um hospede novo.

- É, o problema é que é meio longe do centro, então...

- Isso mesmo! Tenho que pegar um ônibus todo dia bem cedo na estrada ai da frente pra ir ao hospital.

- Você é médico?

- É, quase isso! – Sorriu olhando bem nos olhos dela – Falta um ano ainda. – Jane olhou sorrindo pra ele, ficando em silêncio. E ficaram assim, se olhando em um silêncio sombrio que durou pouco. Mike apareceu na porta, quebrando aquilo:

- Benjamin! Jane! Vocês já se conheceram? – O garotinho correu pra perto de Benjamin, sorrindo mostrando os dentes:

- Já sim Mike! – Disse Ben, colocando a mão direita sobre o ombro do garotinho.

- Ah! Então vocês já podem ir jantar! A tia Chyoko e o Johnny já estão esperando vocês! – Jane sorrio, suspirando:

- Então eu vou ao meu quarto guardar essas bolsas e nos encontramos lá embaixo.

- Isso! Tome aqui a chave Jane, seu quarto é o 60! Vamos Ben! – O garotinho entregou a chave para a moça e segurou na mão dele saindo puxando-o para fora do salão. Quando eles passaram por Jane, Benjamin disse:

- Até agora mesmo, Jane. – E foram, deixando-a lá. Ainda admirada com o novo amigo, a mesma os seguiu com os olhos e ouviu, um pouco distante, a conversa dos dois:

- Tomara que ela goste da comida da Chyoko e tomara que ela goste do quarto! Será que ela gostou da gente?

- Calma Mike! Tenho certeza que sim. – Disse Benjamin tentando acalmar o menino que falava tudo emendado. Logo, Jane não os ouvia mais.

Um raio cortou o céu iluminando toda a mansão. A garota que andava devagar pelo corredor apertou o passo para chegar logo em seus aposentos.

- 58... 59... 60! – Finalmente havia encontrado seu quarto. Destrancou a porta empurrando-a devagar. A porta rangeu um pouco e o quarto estava escuro. Algo se movera. Jane deu um passo pra trás empurrando a porta para frente, um pouco assustada. Respirou fundo e pensou com sigo mesma:

- Não seja medrosa Jane... – Foi então que ela adentrou o lugar e acendeu a luz que iluminou tudo, inclusive uma cortina branca de tecido leve, que balançava com o vento que entrava pela janela entre aberta. Percebera então, que não tinha do que ter medo. Sorriu levemente e se aproximou da janela fechando-a, balançando a cabeça, se criticando por ser tão medrosa. Virou se de costas pra mesma, observando tudo. As paredes eram brancas como todo casarão. Havia duas camas de solteiro e entre elas um criado mudo. Os cobertores das camas eram brancos também, mas podia se perceber pequenos detalhes bordados em azul. Jane passou os olhos pelo chão e viu suas duas malas perto de uma das paredes, então olhou na parede e viu um espelho. Era redondo de uns cinqüenta centímetros. A moldura dele era mais bela ainda. Enquanto seguia rumo ao espelho deixou a malas que segurava em cima de uma das camas. Já perto do mesmo, ela passou as mãos nos cabelos olhando para si e depois olhando a moldura admirada pela aquela obra de arte.

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