terça-feira, 30 de março de 2010

7ª Parte - O Diário De Jane.

A moça derramou suco em sua blusa e quase se afogou. Benjamin pegou seu guardanapo e se aproximou dela:

- Nossa! Tudo bem Jane? – Ela tossiu afastando-se da mesa, ringindo a cadeira no chão:

- Ah! Droga... – Passou os dedos sobre a blusa molhada e olhou encarando Ben mais uma vez. Seus olhos estavam normais e ela não teve tempo de pensar no que havia acontecido. O cachorrinho latiu, Chyoko se levantou rapidamente assustada, Mike inclinou o corpo olhando espantado e Johnny exclamou:

- Jane! Meu Deus, você está bem?! – Benjamin entregou a lenço a ela:

- Que susto em?

- Pois é... Nossa, que vergonha! – Ela limpou delicadamente os lábios rosados no guardanapo emprestado, olhando para lado envergonhada. – Chyoko levantou-se:

- Jane, quer uma água com açúcar?

- Não, obrigada senhora Chyoko... Eu... estou bem. – Ela sorriu meio sem graça, olhando o garotinho que depois de um longo pensamento disse:

- Foi até engraçado! – E riu-se gostoso, pegando o cachorro no colo. Johnny danou com o menino olhando Jane que também riu, quebrando o gelo. Então, todos riram voltando aos seus lugares. Benjamin riu de lábios fechados olhando o garotinho e voltando a olhar Jane. Ela segurava o guardanapo e o apertou quando ele a olhou. A garota murchou um pouco o sorriso, encarando-o rapidamente voltando seu olhar para baixo. Ela não sabia bem, mas sentia uma mistura de vergonha, alegria e medo. Medo daquele por quem ela tinha se encantado? Não fazia sentido. E com certeza era coisa da sua cabeça detalhista.

O jantar não continuou por muito tempo. Foi a chuva quem continuou, forte e barulhenta. Chyoko pegou seu prato e copo:

- Podem deixar isso ai, Mike me ajuda. E você Jane, vá para seu quarto descansar!

- Quero ajudar senhora Chyoko, posso lavar a louça... – A japonesa interrompeu:

- Nada disso, minha querida. Vá, suba e descanse. Terá muito para ajudar se quiser! – Sorriu mostrando os dentes, enquanto pegava o prato de Johnny, que se levantava aproximando de Benjamin. A garota colocou as mãos no casaco, sorrindo.

- Então... Já vou indo. Boa noite a todos!

- Boa noite Jane! – Exclamou Johnny, sorrindo.

- Espero que tenha gostado da comida, Jane! – Gritou Mike, carregando três copos.

- Adorei Mike! Tenham certeza que me agradaram muito! – Todos sorriram e o cachorrinho latiu aproximando-se dela:

- Boa noite, fofinho... – Ela abaixou-se acariciando a cabeça do cachorrinho que balançava o rabinho freneticamente. Benjamin olhava-a com um sorriso de canto, então coçou a nuca andando até ela, dizendo:

- Jane... Vou acompanhá-la até lá encima.

- Oh, Certo! Então vamos. – A garota seguiu e ele a acompanhou dizendo boa noite para os demais. Adentraram o grande salão que levava as escadas. Jane andava devagar e Ben ao seu lado. Ela acariciou os braços em sinal de frio:

- Está com frio? – Perguntou ele, sem olhá-la.

- Sim... Um pouco. – Disse Jane, que o olhou confiante. O moço sorriu e em seguida apertou os lábios dizendo:

- Ainda não viu nada. Te aconselho a não se levantar e sair do quarto depois das três da manhã... – Ela olhou para baixo arregalando de leve os olhos:

- E... Por quê? – Sua voz tremeu um pouco e Benjamin olhou-a:

- Porque irá congelar. Aqui faz muito frio mesmo. Demorei um pouco para me acostumar... – Começaram a subir as escadarias. Benjamin colocou a mão forte e branca sobre o corrimão enquanto Jane colocava as dela de volta aos bolsos.

- Que mico eu paguei lá na mesa... – A moça sorriu, balançando a cabeça negativamente ao se lembrar.

- Ah, eu também me assustei, mas já me acostumei com esses raios e trovões... Não se importe com isso, Jane. Mas tenho que admitir que você é uma garotinha medrosa... – Riu de leve, falando com uma voz bricalhona e linda, encarando-a.

- Pior que sim... – Ela sorria, mas fechou os lábios e ficou meio séria. Acabara de se lembrar o que realmente havia feito se assustar antes. Jane olhou nos olhos dele, demoradamente. Naquele instante o moço estava sereno, calmo e ela não via sentido pelo que tinha visto na mesa. Os olhos de Ben estavam quase negros, pela pouca luz do local. Então desviou seu olhar, chegando o último degrau da escada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário