domingo, 29 de janeiro de 2012

27ª Parte - O Diário de Jane.

O nevoeiro estava forte lá fora. Jane andava pelo salão, procurando por Benjamin. Subiu as escadas que levavam aos quartos entrando no seu. A penumbra do dia escuro parecia deixar o quarto mais frio e tenebroso. A moça estava um pouco amedrontada, mas tinha que tentar disfarçar isso. Não queria que Chyoko nem ninguém se preocupasse com ela. Levantou os olhos acidentalmente para janela, percebendo ao longe Benjamin. Ele segurava um pouco de feno, tratando de Angel. Jane sorriu apreciando o belo moço, que parecia nem perceber os olhares dela. A garota resolveu então conhecer mais o casarão. Não ia olhar todos os quartos, mas tinha um lugar em particular que queria muito ir: O salão de música. Jane então saiu do seu quarto percorrendo todo corredor, finalmente chegando a lugar desejado. As luzes estavam todas apagadas mais uma pequena luz que entrava pelas grandes janelas, iluminavam o suficiente. Da primeira vez que entrou lá não pode apreciar bem a obra de arte que o piano era. Trabalhado em madeira e envernizado em preto, tinha os pés todos torneados e desenhados e uma calda comprida. Passou uma das mãos pelos teclados de leve, analisando toda parte de cima do instrumento. De repente se deparou com uma coisa. Havia uma corrente de prata encima da calda. A moça deu alguns passos se aproximando e reparando que tinha um pequeno pingente. Chegando mais perto, percebeu que o pingente se tratava de um nó celta, do mesmo jeito que tinha visto no paciente quando foi ao hospital. Jane arregalou os olhos e em um impulso pegou o colar olhando mais de perto. Como assim? Seus pensamentos pareciam não se encaixar e ela estava realmente ficando atormentada. Era como se tudo apontasse que havia algo errado com Benjamin. Só ela não queria ver. Ou não, podia ser uma mera coincidência. A garota guardou no bolso da blusa o que havia encontrado se aproximando da janela. Respirando fundo, ela abaixou o olhar. Pela primeira vez sentiu muitas saudades de seus pais. Antes de chegar ali, nada disso ocorrera com ela. Algo estava muito errado e ela precisava descobrir como acabar com isso. Próximo da janela, ela se lembrou da visão que teve ao tocar aquele enfermo. Abriu a janela. O ventou frio tocou sua pele e balançou de leve a sua franja e alguns fios que não estavam presos na trança. O nevoeiro invadiu o cômodo. Ela olhou o chão lá embaixo, recordando perfeitamente a visão. Lembrou-se do quão real ela fora. Fitou atentamente a janela e olhando o parapeito. Teve certeza. Marcas de unhas desciam do parapeito pela parede, como se alguém tivesse sido puxado com brutalidade. Aquilo realmente tinha acontecido e ficar se perguntando o porque e como não ajudariam em nada. Ela precisa encontrar respostas.

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