Todo aquele dia expunha para Jane que aquele ano seria marcante em sua vida. Talvez tudo mudasse. Ou já tivesse mudado. Depois de conversar um pouco com Vanessa, a moça chamou Jane para dar mais uma volta pelo hospital. A garota conheceu outros enfermeiros e alguns pacientes. Logo a hora do almoço chegou. Ela e Benjamin almoçaram juntos com a nova amiga e o doutor Edgar. O tempo passou rápido e quando ela viu, já eram sete horas da noite. A jovem sabia que seu amigo não ficaria de plantão aquela noite. Então, ficou a esperá-lo na porta do hospital. Nova Iorque, como Jane já sabia, a cidade que nunca para. Os carros continuavam passando na rua e ao longe podia se ver um engarrafamento sendo formado. O barulho de buzinas, pessoas, mesmo àquela hora, continuavam fortes. Ela estava na calçada olhando tudo. Um cara negro, com dreads compridos, o qual fumava um cigarro passou perto da mesma, quase encostando. Logo em seguida, passaram outras pessoas. O asfalto estava encharcado e a esquerda de Jane a alguns metros, havia um bueiro. Dele saia uma fumaça branca. De repente foi surpreendida pela voz de Ben:
- E então? Vamos pra casa? – Ela sorriu olhando moço:
- Sim, sim. Qual ponto de ônibus iremos?
- Aquele ali, do outro lado da rua. – Neste instante, os dois atravessaram a rua e foram sentar sob a proteção do ponto. O moço que não tirava as mãos do bolso, disse com uma expressão de desagrado:
- Odeio esse frio. – Jane balançou a cabeça positivamente:
- Eu também... – A condução chegou logo e então os dois seguiram para casa. O silêncio pairou um pouco entre os dois. Jane organizava em sua cabeça o que ia escrever em seu diário sobre aquele dia. Já estavam na metade do caminho. Benjamin disse:
- Está tão quieta... gostou do dia? – Ela o olhou com um singelo sorriso nos lábios:
- Adorei, Benjamin. Muito obrigada por me ajudar nisso. – Ele sorriu satisfeito, prosseguindo:
- Que isso, pode contar comigo daqui pra frente. Vou te ajudar. – A mesma que o olhava atenta, balbuciou sincera:
- Obrigada. – Depois olhou para a janela apreciando aquela cidade brilhante. De longe, ela podia ver os prédios iluminados e os letreiros. Gotículas escorregavam pelo vidro gélido. Uma leve garoa caia e encharcava ainda mais tudo sob si.
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