segunda-feira, 17 de maio de 2010

10ª Parte - O Diário De Jane.

O moço que a observava, falou:

- Sabe Jane... Às vezes acontecem coisas que não sabemos explicar. Eu acredito que você esteja estranhando o lugar e talvez sua mente esteja fazendo com que você veja coisas... – Ela mantinha a expressão aflita e podia notar-se o medo nela. Ben olhou para os lados, passando os dedos entre os cabelos desarrumados, quando ela falou:

- É... Pode ser isso. Mas é que foi tão rápido... e aquelas vozes... Não consegui entender o que falavam. – Disse a garota, que olhava para baixo, séria. A face de Benjamin mudou. Agora a dúvida e a preocupação tomavam conta de sua mente.

- Vozes?

- Sim... Ah! Melhor deixar isso para lá não é? Eu vou voltar para o meu quarto e... arrumar tudo. E olhe, ainda estou tomando tempo do seu sono, me desculpe... – A mesma finalmente esboçou um pequeno sorriso, encarando-o:

- Não! Quando tiver medo Jane, pode vir aqui. – Ele ouviu a voz dela trêmula então percebeu que a moça estava realmente mal. Foi ai que ele a convidou:

- Por que... não fica aqui? – A garota estranhou o convite dele, mas antes que pudesse respondê-lo o mesmo completou:

- Claro, se quiser, você dorme na outra cama e acho que aqui não sentirá medo. Parece realmente assustada. – Jane sorriu de leve, desviando o olhar e olhando para porta que estava aberta:

- Mas... é meio estranho eu dormir aqui com você...

- Eu deixo a porta aberta. – Sorrio daquele jeito amigável. Convencida, se dirigiu até a cama que estava arrumada sentando-se:

- Não vou arriscar ver aquilo de novo. – Ben deitou-se na outra, se ajeitando e cobrindo:

- É, se fosse você também não arriscaria. – Ela se deitou também, encostando a cabeça no travesseiro:

- Muito obrigada Benjamin. – O moço sorrio e respondeu:

- De nada, Jane. E... boa noite.

Johnny rastelava algumas folhas que haviam caído na escada da entrada. Uma garoa fina recomeçava o mesmo ritual de todos os dias naquele local: chuva e muito frio. O dia estava escuro e algumas nuvens cinzas denunciavam que haveria chuva forte mais tarde. Chyoko colocava o bule de porcelana em cima da mesma mesa do jantar anterior. Batiam seis horas da manhã e Benjamin já descia as escadas arrumando o casaco verde-musgo. A japonesa colocou o café coado ao lado do bule e o cheiro logo se exalou por todo casarão. Jane respirou fundo e abriu os olhos calmamente. Estava em seu quarto. Ela levantou confusa olhando para os lados e uma mecha de cabelo caiu em seu rosto. Ela retirou franzindo a testa e vendo que o abajur estava inteiro. Realmente deveria ter sido um sonho. Aliviada a moça levantou da cama e foi depressa escovar os dentes e se aprontar para o longo dia.

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